segunda-feira, 17 de maio de 2010

Indio Poti vence mais uma

Certa vez, Indio Poti recebeu a visita de um diplomata de uma tribo vizinha. Este homem cantou as belezas e a honradez que impregnavam sua gente, que eram conhecidos como Babaobas (aqueles que são bons como águias sem bico). Indio Poti fez pouco daquilo tudo e mandou de presente para o rei vizinho um pote de paçoca e um saco de mandioca.

Na semana seguinte, Indio Poti percebeu que muitos índios da sua tribo estavam indo morar na taba vizinha. Vizinha não, a partir daquele momento, adversária. Diziam pelos cantos que lá a verdade era possível, que o respeito era obrigatório, que o amor, natural. Indio Poti se retirou e foi se aconselhar com seus deuses (um espelho). Na noite seguinte, Indio Poti convidou o rei "adversário" para um banquete. O rei bom que só tinha amor no coração foi pontual e com ele muitos presentes foram trazidos. Indio Poti estudou aquele homem e, por meses, o banquete se repetiu religiosamente.

Num dia qualquer, Indio Poti, que é muito esperto, publicou dois textos anônimos. O primeiro criticava e fazia denúncias verdadeiras contra si mesmo. O segundo fazia as mesmas denúncias - porém falsas - contra o rei bom. Em uma semana, os Babaobas se revoltaram, decapitaram seu rei e se uniram ao Indio Poti. E Indio Poti pensou: "dos maus tudo se espera e nada choca, portanto que falem verdades, sinal de honestidade. Dos bons, nem alfinete, portanto que falem mentiras, grudentas como verdades para quem não tem calos no corpo". E assim foi criada a imprensa marrom.

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