quarta-feira, 28 de abril de 2010

Indio Poti faz a paz

Indio Poti gosta de paz. Por isso, mulheres só podem ficar com Indio Poti um quarto do dia. No governo, Indio Poti se esforça para não entrar em guerras, quando entra já sabe que vai ganhar. A única guerra que Indio Poti perdeu foi aquela contra as saúvas. Mas aí, nem Policarpo. Em sua paz divina, um dia Indio Poti percebeu que uma rebelião nascia na tribo. Foi averiguar e descobriu que a coisa estava feia. Também tomou conhecimento que nenhum indio da tribo jamais havia se masturbado e que o sexo só acontecia para fins de procriação. Irritado, Indio Poti expulsou os jesuitas e baixou duas leis que se complementavam. A primeira, obrigava cada Indio a ter relações sexuais pelo menos uma vez por dia. A segunda tratava do sexo solitário que deveria ser praticado ao menos a cada duas horas. Um mês após a publicação das leis, a tribo ficou calma como nunca e em nove meses Indio Poti inaugurou o seu mercado de escravos. Essa época ficou conhecida como Micauêtaná (ou na língua de Indio Poti "paz e sexo, faça você mesmo").

terça-feira, 27 de abril de 2010

Indio Poti e os Devedores

Indio Poti deve, mas odeia devedores. Indio Poti nunca pagou uma conta na vida, nem faz de conta que vai pagar, pois considera a mentira um tropeço da alma. Por isso, Indio Poti não promete e faz tudo o mais honestamente possível. Dia desses, um indio pediu a Poti uma quantia relevante para quitar a compra de uma geladeira. Indio Poti, que é rei e é justo, foi bom e emprestou o dinheiro. Como é muito generoso, Indio Poti estipulou um prazo de 4h para a devolução do empréstimo. O prazo poderia ser menor, mas Indio Poti é tudo menos sovina. Na hora marcada, o indio da geladeira não apareceu e Indio Poti se sentiu enganado. Pouco depois a geladeira apareceu no meio da taba, com o indio devedor dentro. Ficou lá por duas semanas e Indio Poti confiscou todos os bens do malandro, inclusive a mulher, que era linda. A partir deste momento, Indio Poti só empresta dinheiro para pessoas que tem mulheres bonitas. Para o resto, nem aperto de mão. E Indio Poti foi construir seu harém.

domingo, 25 de abril de 2010

Indio Poti e a vida perfeita

Indio Poti aprendeu quando criança que algumas coisas são muito importantes na vida de um homem. O caderno de telefones, uma carteira cheia de dinheiro e a fama de canalha. Ninguém até hoje convenceu Indio Poti de que bondade e caráter, por exemplo, são revertidos em acontecimentos felizes. Mesmo que fosse verdade, demoraria para acontecer e Indio Poti não tem paciência.

Numa tarde de domingo, apareceu na taba um velho que dizia-se sábio. Com barbas brancas na altura do peito e um cajado de chifre de bode, o ancião atirava aos ventos os principios de uma vida perfeita. Indio Poti que não é bobo, chamou o cidadão e perguntou-lhe o que deveria fazer para ser um sábio feliz. Se alguém tinha o direito de saber era ele e mais ninguém.

Indio Poti escutou palavras como ética, moral, coerência, humildade, honra e paciência. De acordo com o que o velho contou, se um homem fosse capaz de manter seu espírito livre de maldades, a vida automáticamente se tornaria melhor. Em sua cabeça Indio Poti desejava estrangular aquele senhor de barbas brancas. Mas Indio Poti é esperto e queria fazer uns testes.

Indio Poti se apegou a ética e quase perdeu o trono. Indio Poti se agarrou a moral e perdeu os amigos. Indio Poti foi tentar ser coerente e foi tachado de inflexível. Indio Poti ficou humilde e viu os outros cuspirem nele. Indio Poti defendeu a honra e quase levou uma flechada. Indio Poti percebeu que se as regras do jogo não valem para todos, não adiante seguí-las. E Indio Poti ficou satisfeito.

Nomeou o velho sábio como prefeito da tribo e assinou leis que obrigavam os habitantes a seguir aquelas palavras de sabedoria. Indio Poti riu quando soube que as regras estavam sendo aceitas pelos outros índios. Agora, a tranquilidade invadia a pequena cabeça de Indio Poti. Todos seguiriam o caminho reto e perfeito da vida e Indio Poti continuaria correndo pelos atalhos. Indio Poti, como ficou registrado nos cantos daquele povo, reinou até os noventa e sete anos, quando morreu subitamente, muito tempo depois de todos os sábios da tribo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Indio Poti e o Muro Sagrado

Indio Poti nunca foi criança e gosta de sexo desde que viu o primeiro peito, que não o da mãe dele. Indio Poti fazia questão de traçar todas as coroas da tribo e depois chantageá-las, prometendo processá-las por pedofilia. Mas Indio Poti nunca quis dinheiro, queria, sim, mais sexo. Indio Poti gostava de mulheres até o dia em que descobriu que a Internet dava menos trabalho. Ficou sócio de todos os sites pornô e ali fazia suas orgias imaginárias com mulheres de outros países. Evidentemente que Indio Poti era o único que tinha conexão naquele momento e quando os cabos alcançaram a tribo, Indio Poti, que era o grande líder, proibiu o sexo a dois. Dois meses depois, cansados das americanas peitudas, Indio Poti criou o muro sagrado. Neste muro foram feitos vários buracos. De um lado, Indio Poti determinou que só homens poderiam frequentar e do outro, apenas mulheres. Indio Poti criou o sexo sem rosto. Os indios de toda a taba corriam ali para fazer o verdadeiro sexo sem compromisso. No final de um dia de muitos buracos, Indio Poti viu outro indio sair do lado das mulheres. Indio Poti que é liberal mas nem tanto, mandou que todos os machos da tribo deixassem crescer a barba. Com barba no rosto, Indio Poti foi dormir tranquilo.

Poti e o RH

Indio Poti odeia trabalhar. Sempre que aparece alguma coisa pra fazer, Indio Poti chama um estagiário. Aliás, o que mais deixa Indio Poti feliz é escolher estagiário. Homem, pra começar, não entra e mulher, só se for bonita. O resto é conversa de RH. Na última vaga aberta na tribo, Indio Poti fez questão de acompanhar de perto todo o processo. Empolgado com as perguntas, Indio Poti se candidatou à vaga e não passou. Perguntou o motivo e lhe foi explicado que algum trauma de infância o impedia de ocupar a vaga de lustrador de lanças. Indio Poti não gostou da insinuação e pediu para que a india fizesse uma outra pergunta qualquer. Como todos tem medo do Indio Poti, a índia responsável obedeceu pedindo a Indio Poti que ele identificasse um ponto positivo de sua personalidade. Indio Poti não titubeou e respondeu, sou um grande filho da puta, e mandou espetar toda a equipe de RH em lanças estratégicamente posicionadas ao redor da oca principal. A partir deste momento, foi proibido para sempre fazer perguntas idiotas na taba e a pena para quem trangredisse a lei era a lança. Na mesma época ocorreu o maior êxodo de profissionais de RH que já foi visto. Movimento migratório este que ficou conhecido como "Cracatuauê", ou quando os traumatizados vão traumatizar em outro lugar.