quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Indio Poti e a marcenaria

Índio Poti é rei e marceneiro. Aprendeu a fazer as coisas na própria casa. No último momento de ócio que teve, decidiu que melhoraria algumas coisas e que empenharia toda sua habilidade no projeto. A decisão não valeria para aquele momento e sim para o próximo, quando o ócio o atacasse de novo.

Aconteceu logo no dia seguinte. Acordou e, ainda repleto de remelas, pôs-se a trabalhar. Catou meia dúzia de ferramentas e agachou-se próximo à madeira que depois da mágica potiana se transformaria em uma belíssima prateleira. É importante lembrar que índio não senta, coisa de brancos burgueses. Índio se agacha como os sábios do Nepal e os filósofos da Índia.

Prega daqui, aparafusa dali. Índio Poti descobriu que geralmente o mais difícil é o mais seguro. Depois de tantas marteladas, percebeu que só avançaria se usasse uma furadeira. Pois bem, passou a furar tudo. Em quatro horas e meia, montou uma estrutura que sustentaria uma prateleira dentro do armário das panelas. Feliz, a pôs de pé e tentou colocá-la dentro do armarinho para só então perceber que não entraria. Era preciso desmontar tudo.

Índio Poti é paciente, mas o momento de ócio estava próximo do fim. Antes que expirasse, ligou para um marceneiro profissional e resolveu o problema. Índio Poti voltou para sua rede com a certeza de que havia aprendido. Desde então, Indio Poti sempre evita os momentos de ócio.

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