quinta-feira, 17 de junho de 2010

Indio Poti monta uma oca

Índio Poti tem dinheiro. Aliás, é o único da tribo. Na semana passada, Índio Poti, que é justo, resolveu montar a sua oca como se fosse um índio normal, isto é, sem dinheiro. Foi numa grande loja de móveis e ali andou, olhou e teve que se segurar para não mandar que tocassem fogo naquela joça. Índio Poti ficou impressionado com o preço das coisas. Como poderia uma prateleira, um simples pedaço de madeira, custar 60 dinheiros? Como é que um sofá vagabundo alcançava a exorbitante cifra de 1300 dinheiros? O que estava acontecendo? Que trem Índio Poti havia perdido?

Índio Poti segurou a raiva incontrolável sentida normalmente pelos pobres mortais e voltou pra tribo. Com calma, Índio Poti contatou ONGs e pediu reuniões com líderes sindicais. Alegando que a tal loja de móveis usava madeira ilegal e abusava dos trabalhadores, os obrigando a trabalhar oito horas por dia, Índio Poti conseguiu o que queria. O conselho autorizou a invasão e a mídia apoiou o ato.

Em três horas e poucas flechas, Índio Poti tomou a loja de móveis. Distribuiu algumas prateleiras para os parceiros da empreitada e fechou a loja. Por 24h. Depois reabriu o estabelecimento, com o mesmo nome e com os mesmos preços. Índio Poti, na verdade, achava que os preços estavam baratos demais.

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