quarta-feira, 16 de junho de 2010

Indio Poti e a Copa do Mundo

Índio Poti é rei e gosta das coisas que facilitam a sua vida. Uma delas é o futebol. Enquanto a turba assiste aos jogos, Índio Poti constrói mais um castelo de palha. Na última competição, Índio Poti bateu um recorde: aumentou em 300% seu patrimônio. E isso só com mandioca superfaturada. Mas nem tudo é perfeito.

Pouco antes da Copa do Mundo, Índio Poti percebeu que os jogos andavam um tanto chatos. Tão chatas estavam as partidas que chegaram a perguntar a ele para que serviria aquele um monte de palha importada que havia chegado na tribo. Ainda bem que uma só pessoa percebeu. Segundo Índio Poti, ele não teve nada a ver com o sumiço do tal questionador.

Pois bem, sabendo que seus castelos estavam em perigo, Índio Poti marcou uma reunião com o presidente da FIFA. Em pauta, mudanças importantes que - em teoria - fariam o esporte bretão ficar mais emocionante. Índio Poti impôs, sob ameaça de chuva de flechas, que os goleiros não poderiam usar mais as mãos, que a bola passaria a se chamar jabulani (que significa bola identificadora de craques em Tupi), que o esquema com dois volantes estava banido e, finalmente, que era proibido que um time ficasse com mais de oito jogadores no lado de defesa do campo.

Evidentemente, apenas a bola foi adotada. O resto foi esquecido, assim como a chuva de flechas. Para tristeza de Índio Poti, a bola - idéia que teve enquanto fumava uma erva indígena - foi parar literalmente na arquibancada. Poucos craques foram convocados, a bola tornou-se indomável e a Copa foi uma tragédia. Índio Poti, depois do segundo empate, escondeu a palha importada e só conseguiu aumentar seu patrimônio em 150%, sem direito a nenhum castelo.

Mas Índio Poti pensa longe. Já mandou construir - legalmente - um armazém para estocar flechas. Para aprovar o orçamento, alegou que serviria para a defesa do patrimônio indígena. Indio Poti nunca mente.

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